quarta-feira, 13 de abril de 2016

Escrevendo para Trabalhadores(as)


Por Ricardo Soares*
O cotidiano do trabalhador é muito corrido. Desde a primeira refeição, até levar os filhos à escola e pegar ônibus - nisso já se passaram horas até chegar ao seu lugar de trabalho. Geralmente, nessa vida corrida, o trabalhador não tem tempo para ler jornal, livro ou aquele folhetim deixado pelo seu sindicato. Durante o dia, essa correria é sentida no seu local de trabalho, não tendo tempo para absolutamente nada, o trabalhador chega ao fim do expediente cansado e querendo uma válvula de escape, em casa, liga a televisão, e assisti aquele noticiário ou a novela das nove.
A luta é desigual. Sabemos que o trabalhador assalariado não tem o costume de ler jornal (isso pelos motivos citados acima), o informativo do seu sindicato, muito menos um bom livro. Então, como chegar informação em classes de trabalhadores que não têm o hábito de leitura? A persistência. Essa é a única forma que podemos mudar esse quadro.
Hoje, propositalmente, temos uma infinidade de informações jornalísticas negativas que em nada ajudam a classe trabalhadora, pelo contrário, desvia e muito sua atenção; como o futebol; como os telejornais tendenciosos; os blogs de jornalistas vendidos por partido A ou emissora B e programas que em nada vão ajudar no processo de formação politica do trabalhador.
Os jornais sindicais, por sua vez, têm por obrigação levar assuntos de interesse à sua classe e provocar em cada trabalhador aquele estalo (o que podemos chamar de senso crítico). “Lenin tinha uma concepção da imprensa operária combativa via os meios de comunicação dos próprios trabalhadores, a partir disso, elaborar a derrubada do discurso da classe burguesa.” (Costa, Claudia – Comunicação sindical no Brasil: breve resgate e desafios. p. 15.). Logo, essa imprensa operária que Lenin tem como ideia, tem o dever de contrapor a grande imprensa e marcar território onde os trabalhadores estiverem.

Ricardo Soares é membro do Coletivo ATONA mídia, sindicalista e estudante do curso de História pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru.*

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Ocupar e Resistir!
















Os locais públicos estão cada vez mais ocupados pelos donos do capital. Bares e restaurantes estão em ligação direta com o sistema, fazendo com que, cada vez mais, esses espaços sejam ocupados por uma determinada classe de poder aquisitivo. A Prefeitura de Caruaru, por meio de placas informativas, explicita essa atitude dominante determinando que na Estação Ferroviária não possa mais ser espaço de lazer e convívio de muitos jovens: seja para a prática de esportes; seja para recitais de poesia; rodas de capoeira ou como ponto de conversar e interação. Tal atitude caracteriza o poder do Estado sobre os agentes da sociedade, no caso, os jovens.

Em um texto produzido por Mauro Iasi (Professor adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ) para o livro Cidades Rebeldes lançado em 2013 pela editora BoiTempo, nos faz refletir muito bem essa ação vinda de cima para baixo, como uma avalanche em nossas cabeças: “A cidade não é apenas a organização funcional do espaço, suas ruas e edificações, seus bairros, pessoas carregando sonhos, isoladas na multidão, em um deserto de prédios, que aboliu o horizonte e apagou as estrelas. A cidade é a expressão das relações sociais de produção capitalista, sua materialização política e espacial que está na base da produção do capital.”
Ficar parado diante desse quadro é compactuar com tais ações; é deixar que tais aparelhos de reprodução continuem a usar de força e violência e que nos coloquem ainda mais as margens dos espaços que temos direito. Lutar é preciso, ocupar também!
ATONA mídia

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

COMUT DE CARUARU: Uma novela cheia de tramas, manobras e malícia em prol do “Capital no Agreste”.



O Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (COMUT) debateu nesta quarta-feira (20 de janeiro) os reajustes tarifários do serviço de táxi e do sistema de transporte público de passageiros em Caruaru. E por maioria DEMOCRÁTICA dos votos o aumento do preço nas passagens de ônibus, de R$2,30 para R$2,80 foi REJEITADO pelos conselheiros (6 votos contra: Felipe – União dos Estudantes Secundaristas de Caruaru (UESC), Pedro – Associação de Moradores da Rendeiras, Marcos – Sindicato dos Condutores de Moto de Caruaru (SINDMOTO), Francisco – Associação do Transporte Escolar, Alex – Autarquia Municipal de Defesa Social, Trânsito e Transporte (DESTRA) e Graziellen - Secretária de Serviços Urbanos de Caruaru; 4 votos a favor: Ricardo – Rotary Club, Moreira – Sindicatos dos Taxistas, Adriana – Associação das Empresas de Transporte Público de Caruaru, Denny Coelho – Secretária de Infraestrutura de Caruaru; uma abstenção: Rendrickison Associação dos Transportes Alternativos e Milton Manoel – Sindicato dos Empregados no Comércio de Caruaru (SINDECC) que se retirou da reunião em forma de protesto contra a pauta apresentada).

 Fato este, que o foi suficiente para que os representantes das empresas de ônibus da cidade criassem mais uma esdrúxula manobra em prol dos seus interesses, um egoísmo corporativista que se tornou em um câncer que se arrasta há anos em Caruaru dentro do COMUT. E que não é de agora já que entre os vários conflitos promovidos no âmbito do COMUT o pivô mais recorrente sempre foi (e ainda é) o modo como os interesses das empresas de ônibus de Caruaru atropelam os interesses da sociedade civil organizada e da classe trabalhadora.

 Tentando justificar o injustificável e legitimar a arbitrariedade e o autoritarismo, o Presidente do COMUT, Ricardo Henrique convocou uma reunião extraordinária – próximo dia 26 de Janeiro às 14 horas – com o intuito de mais uma vez tentar promover o aumento da passagem de ônibus em Caruaru. Em uma inspiração nos moldes de Eduardo Cunha em nível municipal, Ricardo Henrique tem como objetivo único e exclusivo defender seus interesses na “Capital do Agreste” (perdoem-me o duplo sentido).

Outro fato que deve ser ressaltado é que o Sr. Ricardo Henrique até pouco tempo fazia parte do corpo de conselheiros do COMUT na condição de representante das empresas de ônibus via AETPC, mas hoje está na cadeira de presidente via representante do Rotary Club. Legalmente não há nada que impeça o mesmo de exercer essa função, mas nem tudo que é legal perante a Lei é moral perante a sociedade, já que seus interesses estão enraizados aos lucros das empresas de ônibus.

 O Sr. Ricardo Henrique e a AETPC têm um discurso afinado em relação ao que chama de necessidade e obrigatoriedade, pois se trata de uma “data base” para o aumento de tarifa de ônibus. No entanto o discurso esquece que o regimento NÃO condiciona que o aumento tarifário seja anual, mas que haja sua discussão, e foi o que ocorreu na reunião do dia 20 de janeiro de 2016, o conselho apreciou e negou o aumento. E a retomada dessa pauta finalizada é mera manobra dessa elite empresarial do ramo dos transportes em Caruaru.

O corporativismo e autoritarismo das empresas de ônibus em Caruaru é histórico, se todos os trabalhadores e caruaruenses não se mobilizarem infelizmente ficaram reféns de empresários como esses, que não conseguem enxergar um centímetro além de suas carteiras recheadas através do suor do trabalhador. E o que torna tudo ainda mais ridículo é ter que presenciarmos esses empresários reclamarem da crise financeira durante uma reunião e ao término da mesma, entram em seus “carros de luxo” e vão embora para suas confortáveis casas, enquanto isso o trabalhador espera por um ônibus sucateado e lotado para chegar à sua casa.

A pergunta que fica é: Vamos esperar sentadas cenas dos próximos capítulos ou mudarmos o rumo dessa história?

ATONA mídia

sábado, 23 de janeiro de 2016

SALVEM O COLÉGIO MUNICIPAL ÁLVARO LINS


A proposta de venda de parte do tradicional Colégio Municipal Álvaro Lins é mais um ataque do governo de Zé Queiroz à Educação Pública de Caruaru. De fato, o currículo deste prefeito no quesito Escola Pública não é dos melhores mas, valer-se do espaço da escola mais bem localizada da cidade e estabelecer negociatas com especuladores imobiliários é um atentado contra a moral, os direitos e a inteligência da população caruaruense.

 Não precisa ser especialista para saber que o que pesa naquele terreno é a localização, o que faz crescer os olhos dos investidores imobiliários que, na certa, gozam da amizade do prefeito e da sua predisposição de colocar a coisa pública a serviço dos caprichos de um punhado de milionários da cidade.

Para uma gestão que tem a mentira como uma especialidade, os argumentos apresentados não encontram a menor sustentação. Até porque, o abandono e a inutilização do terreno é de (i)responsabilidade deste e de todos os prefeitos que o antecederam nos últimos 50 anos, que nunca demonstraram compromisso com a Educação.

A desculpa, esfarrapada por sinal, de que o dinheiro seria para reformar as outras escolas, puxa a seguinte discussão política: pra que três deputados foram eleitos em Caruaru se não conseguem recursos para algo fundamental que é a manutenção de escolas? Aliás, onde está o filho do prefeito que não consegue tais recursos?

Por fim, o modus operandi também não é novo. A convocação extraordinária de uma Câmara de Vereadores viciada, num mês de férias alegando urgência foi o que ocorreu também com o PCC da Educação.

Cabe à comunidade escolar e à população trabalhadora como um todo mobilizar-se e posicionar-se em defesa deste patrimônio que é o CMAL, e que aquele espaço seja destinado à pratica esportiva dos estudantes da escola pública e não para a construção de prédios que só irá atender ao prefeito e seus pares.

 ATONA mídia

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

UMA LUTA PELA VIDA: Professor Reginaldo Melo pede ajuda.


Estamos nesse momento iniciando uma campanha necessária (e muito justa) com o intuito de ajudar um companheiro de históricas lutas em defesa da educação, dos trabalhadores, da nossa cultura e do meio ambiente. Trata-se de uma campanha séria que tem o objetivo de ajudar ao grande guerreiro, poeta cordelista, ambientalista, Professor Reginaldo Melo, que vem travando uma dura luta contra o "Carcinoma Escamoso", uma doença cancerígena que vem debilitando-o dia a dia. Reginaldo Melo está precisando de um remédio que é vendido nos EUA por 2.400,00 Dólares, o que está acima de sua capacidade financeira nesse momento.

 Atendendo ao pedido do próprio Professor Reginaldo, estamos iniciando essa campanha para que ele possa arrecadar fundos para realizar a compra dos medicamentos necessários. Pedimos encarecidamente a ajuda de todos.

 Quem puder contribuir, entrar em contato pelos números (81) 9-9447-3386 ou (81) 9-9936-0037.

Segue o vídeo depoimento feito pelo próprio Prof. Reginaldo, que encontra-se hospitalizado no Hospital Santa Efigênia de Caruaru no terceiro andar.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O ÓDIO AO ESPELHO




Uma médica ginecologista que atende pelo Município de Caruaru, chocou a região após publicar conteúdo racista e discriminatório em sua conta pessoal do Facebook. Algo infelizmente tão corriqueiro de se ver, não apenas no âmbito virtual. Mas o que chamou tanto a atenção para este caso? Em primeiro lugar, a posição que ela ocupa: uma médica tem por dever e obrigação cuidar e respeitar qualquer cidadão, ainda mais os que são portadores de necessidades especiais, e não colocá-los no mesmo rol de “malandros e viciados”. Em segundo lugar, o ódio ao espelho. Ela, que associou negritude à malandragem, possui claramente uma herança étnica afrodescendente. Pele parda, lábios grossos, nariz redondo. A doutora pode até ter um cargo ainda ocupado basicamente por filhos da elite, mas ainda possui sangue africano (e quem não?).

São dois crimes, duas contradições. Um contra aqueles que ela jurou um dia cuidar, outro contra suas próprias origens, ao se afirmar de pele clara, como escreveu no seu pequeno manifesto eugênico, para não dizer fascista.

ATONA mídia

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

CARUARU SEM ÁRVORES


As podas drásticas continuam por toda a cidade. Desta vez os moradores da Rua Santa Maria da Boa Vista no bairro Boa Vista I, denunciam a poda drástica de 3 árvores em frente a caixa d'água da Compesa.

Sobre a poda drástica:

"PODA DRÁSTICA: NÃO COMETA ESTE CRIME AMBIENTAL!

A poda drástica danifica seriamente o vegetal e pode ser considerada um crime ambiental. Veja porque ela não deve ser realizada, e porque este debate deve ser levado a sério pelo Poder Público e pela população em geral."
 

ACESSE:  Portal dos Profissionais da Biologia

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

CALÇADA PARA QUEM?










CALÇADA PARA QUEM?

Para os pedestres é que não vai ser, pelo menos não em Caruaru. Esse é o projeto de "Mobilidade urbana" da Prefeitura de Caruaru.


Nas imagens podemos observar duas coisas, a primeira é a placa de sinalização de trânsito instalada recentemente no meio da calçada da Rua São Roque, centro de Caruaru. Além da falta de respeito constante causada pelos próprios cidadãos que obstruem as vias públicas com seus negócios, produtos, motos, carros, mesas e cadeiras (lanchonetes, bares e restaurantes), se não bastasse tudo isso o pedestre ainda tem que driblar as placas de sinalização e postes de iluminação, que muitas vezes obstruem toda a acessibilidade da calçada. E os cadeirantes e idosos então, nem pensar né?


Até quando vamos continuar avançando e persistindo nos mesmos erros, e continuar essa política pública incompetente de terceiro mundo com planejamentos medíocres?


ATONA mídia