Na
especial noite do dia 16 de agosto de 2014, no Alto do Moura, nasceu o verbo
Galdinear: Eu Galdineei, tú Galdineaste, nós Galdineamos, depois da exibição do
documentário ‘Manoel Galdino tudo é Folclore’, com direção do caruaruense
Cláudio Assis, assistido por mais de 70 presentes.
A sala da
Associação dos moradores do Alto do Moura ficou pequena para as mulheres e os
homens que se uniram com um único propósito: falar da felicidade e da alegria
de viver de um dos maiores gênios da arte da argila. Aos poucos os moradores,
vizinhos, amigos, artistas, fotógrafos, educadores, cineastas, jornalistas,
admiradores, fãs iam narrando em seus depoimentos engraçados, emocionados,
esclarecedores, analíticos, e entre aplausos calorosos foi se traçando um
rápido perfil do Galdino genial, alegre, brincalhão, caridoso, desapegado,
desleixado e extremamente criativo.
Os
causos, “ou folclores”, como dizia o mestre, foram muitos e como bem observou
Roberto Martins, ninguém dos presentes, ao falar do poeta do barro, demonstrava
tristeza, pelo contrário, todas riam e se iluminavam ao falar de Galdino. A genialidade do artesão, não
se restringia só ao barro, ia mais além, ele moldava as palavras como fazia com
o barro, de um golpe de suas mãos saía uma obra única e com ela um poema, ou
seria o contrário? O que veio antes para Galdino? A palavra ou a imagem? E a
arte de Galdino de onde surgiu? Todos, sem exceção, afirmaram que ele era
único, sua obra era única e o próprio poeta do barro afirmou que queria fazer
diferente do que os demais faziam, segundo o depoimento de um artesão,
registrado no filme. Mas como definir Galdino? Como definir sua arte? Como
classificá-la? Alguns estudiosos
afirmam que ele segue a linha do grotesco, como o pintor e gravador holandês
Bosch. Fazer esse paralelo com o grotesco, compreendendo que o grotesco não tem
relação com o feio, mas sim, nas artes se caracteriza pela criação de universos
fantasiosos, cheios de seres humanos e não-humanos, fundidos e bizarros,
observamos essas características em Galdino. A fantasia do gênio viria de sua
infância, do seu inconsciente? É possível, pois uma moradora do Alto do Moura
relatou que uma vez, conversando com Galdino sobre suas esculturas, falou que
elas eram estranhas, feias e ele disse de instantaneamente: elas lembram a
minha infância. São hipóteses, possibilidades de tentar entender o artista da
palavra e do barro, mas talvez a palavra “mistério” como bem proferiu Padre
Everaldo resumiria o mestre.
Uma
noite que ficará na memória de todos os presentes na certeza que uma semente
foi plantada e em pouco tempo começará a dar os frutos Galdinear. Agradeço a
todos que compareceram e aos que não puderam comparecer por motivos diversos.
E viva o Alto do Moura, Mestre Vitalino, Mestre Galdino e todos os artistas que fizeram e fazem de Caruaru um dos maiores celeiro cultural deste nosso imenso Brasil.
E viva o Alto do Moura, Mestre Vitalino, Mestre Galdino e todos os artistas que fizeram e fazem de Caruaru um dos maiores celeiro cultural deste nosso imenso Brasil.
Via:
Antonio Preggo e Yara Manolaque
https://www.oximity.com/article/Galdinear-Se-cria-assim...-1
https://www.oximity.com/article/Galdinear-Se-cria-assim...-1
Depoimento do artesão Luiz Galdino.
Jornalista Jaciara Fernandes no seu depoimento altamente emocionada.
Padre Everaldo recebendo uma homenagem do artesão Giliard Gonzaga.
Depoimento emocionado do artista plástico BUCA
Lula Lourenço diretor geral da Rádio e TV Universitária do Recife amigo e conhecedor da obra do Mestre Galdino.
Depoimento do fotógrafo Geyson Magno
Depoimento de Severino Florêncio ator e diretor do teatro do Sesc Caruaru.
Fotos: Antonio Preggo
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